sexta-feira, 4 de dezembro de 2009

Lembranças da minha infância

Remédios espalhados pela mesa
Resquícios de sangue pelo chão
Bacias com restos de uma vida dentro
Agulhas e similares nos armários
Vozes malfadadas a adivinhar o futuro
Dor escondida em olhos opacos
Certeza do final gritando pelas veias
Lençóis brancos e ar condicionado forte
Tremor ao adentrar o quarto
Choro contido em frente às visitas
Restos de memória se apagando
“São meus primos essas crianças?”
Futuro se despedaçando pelo caminho
Árvores e cinzas do dia chuvoso
“Agosto, o mês do desgosto”
Pássaros voando pela eternidade
Nunca mais vou encontrá-los por aqui
Arrependa-se, o ser supremo irá te ajudar
Diga adeus, essa é sua última chance
“Desligue a música, acabou”.

Nenhum comentário: