segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010

No light, no tunnel



Eu olho para a tela do mundo e vejo indiferença
Eu olho as pessoas de futuro luminoso e sinto indiferença
Eu olho a tempestade pela TV e vejo indiferença
Eu olho nos olhos do cachorro magro e sinto indiferença

Eu vejo os meus sonhos em outras mãos e nem me importo mais
Eu vejo os minutos correndo pelo relógio e nem corro atrás
Eu sinto muito por não ser e não ter e não sentir nada
Não encontro o sentido, nem luz nem túnel, alegria ou mágoa

Imagem: Shade & Darkness - the Evening of the Deluge, W. Turner

9 comentários:

Fabio disse...

"I've got the spirit, lose the feeling, let it out somehow"

P. A. Sanches disse...

gotear um spirit é manter um feeling

Por Cris Tavelin disse...

nem sempre... pode ser um espírito a vagar, como se já estivesse morto... mas essa frase tem vários signficados mesmo, não é à toa que o cara é referência até pra poesia britânica...
Quem puder que decifre Ian C. :O

P. A. Sanches disse...

é meio waking life, morto acordado.

Por Cris Tavelin disse...

Li um sonho do Jung no qual ele encontra o próprio self na forma de um buda e tem um insight muito interessante: será que eu estou sonhando ou a minha vida é apenas o sonho do self, dessa força interior?

o/

Fabio disse...

hmm... boa hem!

P. A. Sanches disse...

De dentro pra fora, meu deus...meu cérebro está latejando agora. Preciso ler Jung.

Por Cris Tavelin disse...

"Eu já sonhara certa vez sobre as relações entre o Self e o eu. Nesse sonho de outrora eu caminhava por um atalho; atravessava uma região escarpada, o sol brilhava e tinha sob os olhos, à minha volta, um vasto panorama.

Aproximei-me de uma capelinha, à beira do caminho. A porta estava entreaberta e entrei. Para meu grande espanto não havia nenhuma estátua da Virgem, nem crucifixo sobre o altar, mas simplesmente um arranjo floral magnífico.

Diante do altar, no chão, vi, voltado para mim, um iogue, na posição de lótus, profundamente recolhido. Olhando-o de mais perto, vi que ele tinha o meu rosto; fiquei estupefato e acordei, pensando: 'Ah! Eis aquele que me medita. Ele sonha e esse sonho sou eu.' Eu sabia que quando ele despertasse eu não existiria mais".

CARL GUSTAV JUNG –MEMÓRIAS, SONHOS, RELFEXÕES

Eu tenho esse livro em PDF, posso passar pra quem quiser ;)

P. A. Sanches disse...

Eu quero, me interessei muito o/