É sangue pra todo lado
É pedaço do pedaço de passado
A caixa quebrada
De todas as coisas da vida
A muleta nem me serve de apoio
As pernas funcionam bem
Mas o coração bate fraco
E a alma declina
Imagem: "O sono da razão produz monstros", Goya
terça-feira, 18 de maio de 2010
quarta-feira, 12 de maio de 2010
O fim do café da manhã
Imagem: Dust Heads, Basquiat
***
“São Paulo, nove horas em ponto. A neblina é forte em algumas regiões da cidade, o trânsito flui bem...”
- Nove horas... é muito cedo ou muito tarde?
-Depende. Se você acordou agora, cedo. Se nunca dormiu, tarde demais.
-Ah deus, preciso de um litro de café... e já são nove...
-Você nunca se esquece das horas?
-Ouvi dizer que o café vai acabar até 2020, as plantações serão escassas e cada grão será vendido a peso de ouro, como no passado e...
“...é o primeiro time a se classificar para as quartas de final da Libertadores. Foi por pouco, um milagre do quase vilão da partida, Rogério Ceni, que perdeu dois....”
-Acho que é hora de ir... já deu o tempo.
-Mas parece tão pouco tempo, é tão cedo pra mim.
-Só impressão, guarde seu otimismo embaixo da cama e vamos embora.
-Eu queria poder ficar mais um pouco.
-Mas não pode, ninguém pode ficar além do pouco tempo que tem.
“A mancha de óleo se alastrou rapidamente. O rio Mississipi corre risco de ser contaminado, e quem vai pagar por isso?”
-Queria ouvir uma música antes de ir.
-Fique à vontade, mas lembre-se, já deu a hora.
-Ok. Sabia que o Jeff Buckley morreu afogado?
-Ele se matou e o encontraram no Mississippi
-Não, foi um acidente mesmo, ele estava nadando num afluente do rio e daí...
-Ah, sei. Não faz diferença deixar-se afogar ou amarrar uma corda no pescoço
-Como assim? Acho que...
-Deixa pra lá. Já deu a hora.
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